sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Memorial


A minha história é muito parecida com a de muitos de minha turma, depois de 13 anos fora da sala de aula decidir voltar, de início para uma escola no bairro em que eu moro para fazer o EJA. Foi quando eu fiquei sabendo das inscrições através de uma amiga, que o IFSC estaria realizando sorteios de vagas no PROEJA e estes alunos ao mesmo tempo estariam fazendo o ensino médio e tendo noções do Técnico de Enfermagem, para que depois de seis fases completem o curso técnico de enfermagem.

Fiz a primeira inscrição e a decepção foi muito grande, não consegui. Na segunda tentativa fiz mais por insistência do meu marido e da família que sempre me deram a maior força. Em Junho de 2010 a minha história no IFSC começou: primeiro a alegria de conseguir uma vaga depois a espera e o medo inicio das aulas.
 
Primeira fase, todas as expectativas quantas pessoas, pensamentos, jeito de ver a vida, seus problemas e soluções diferentes, assim como tem aqueles que de imediato temos afinidades, naturalmente nos aproximamos, mesmo com as diferenças estamos juntos rumo a todos os desafios que nosso curso proporcionar, e algumas decepções, pois trocamos três vezes de professora de Comunicação. A impressão era que os próprios professores tinham preconceito de trabalhar com os alunos do PROEJA, já que a maioria, como eu, já estava muitos anos fora da sala de aula. Mas existe a exceção, como o professor Marival, que sempre esteve conosco, assim como a professora Terezinha, sempre nos auxiliando.

Com certeza muito trabalho e barreiras para quebrar, mas que bom, assim como nós que nos damos mais uma chance, existem professores que estão apostando e acreditando na nossa capacidade. Que pena já na primeira fase alguns amigos desistirem. Sei que não faz parte do currículo escolar, a professora Adriana nos fez um convite: começar a fazer aula de dança de salão com o professor Vitor. De inicio era só para auxiliar nas aulas do sistema cardiorrespiratório, mas com o passar do tempo o interesse foi aumentando e hoje não consigo ficar longe dessas aulas.
Segunda fase, já com um pouco de experiência da primeira, para mim não foi difícil, tivemos todos os professores ao nosso lado, complicado foi dizer adeus a professora Adriana. Tivemos a experiência de fazer uma viagem, todos os alunos juntos, para o Museu da PUC em Porto Alegre, a experiência foi ótima, uma viagem “bate e volta”, mas muito interessante na minha opinião.

Desde a primeira fase tivemos algumas desistências, o que me abala quando acontece, mas junto todas as forças e continuo. É muito difícil trabalhar o dia todo e no período noturno ir para a sala de aula, ter que deixar os filhos sozinhos em casa, como no meu caso, já que meu marido também estuda no IFSC de São José, mas com todas as dificuldades, agradeço a Deus todas as noites quando volto para casa e constato que estão em segurança, e preparo tudo para um novo dia de luta.

Mas com todas as dificuldades consegui completar, e estou aqui na terceira fase, novas expectativas, novos professores, coisas totalmente diferentes, aulas de Semiotecnica e Anatomia com a professora Angela, palavras diferentes que atiçam a cada dia a minha curiosidade, e o que falar da professora Gerusa, com as aulas de Biossegurança e Epidemiologia que faz com que eu preste mais atenção no meu trabalho, tanto na rua como na unidade de saúde.
Só começou a terceira fase, mas as perguntas e as duvidas são muitas e a cada aula esclareço algumas perguntas e aumentam as dúvidas, mas estamos bem acompanhados por estes professores, sempre preparados para nos dar o suporte necessário para o nosso aprendizado. Até agora só tenho a agradecer a Deus, a minha família e aos professores.
Alunos da turma 231 da esquerda para direita:
MARCELO, MARINA, ELISA, DENISE, CIMARA, SABRINA, MARIA, SIRLEI, NIVALDA, LIANE, CIDA, JABES, FRANCINETE, JOICE, ADRIANA, LILIAN, FRANCIELE, ROBERTO, JIVANILDO, IVONE, ALBERTINA, SILVANA.
PROFESSORAS:
CHARLINE, ADRIANA, CLECI. 

Autora: Francinete





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